quarta-feira, 27 de abril de 2011

a deriva


De a alma comovida segue meu coração desacordado
Naquele barco abandonado ao intranquilo acaso...
E a nuvens doces, seguem juntas as margens esquecidas,
ao passo que as águas desenham agora um lago raso.

São uns gestos inocentes esses que desprendo...
Deito-me na solidão, deixo dizerem aquilo que nem sou, ou passei a ser?
Ouço sempre, já não mais me importa. Não intendo.

Posso levar qualquer problema, tudo aceito.
Mas, hoje no meu dia austero e triste,
Fiquei na companhia do meu pior defeito,
e sigo a navegar nesse barco que nem existe.

Tenho semelhança com coisas esquecidas,
e, já não me assusto em seguir viagem...
São assim minhas horas mal vividas,
pois, acostumei-me com a solidão da paisagem.

Pensei ter quem me guiaria nesse calmo tormento,
e junto a mim, enfrentaria o que sempre enfrento.
mas, num barco abandonado, vi que ninguém quer estar dentro.

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