segunda-feira, 3 de setembro de 2012

traz


algumas partidas não mostram o que realmente está sendo deixado para trás

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ora pois

por quê?
em dia de chuva não se vira peixe.

por quê?
sombra sozinha sempre está acompanhada.

por quê?
alho não é boca.

por quê?
molhado é mais escuro.

por quê?
guarda-chuva guarda gente.

por quê?
natalia não tem asa.





quarta-feira, 8 de agosto de 2012

o melhor é escrever de lápis,
pois se pode apagar!





segunda-feira, 11 de junho de 2012

peso

quanto pesa?
o suficiente para saber que se está ali.


terça-feira, 22 de maio de 2012

nada de tudo de nada

como poderia
o nada fazer parte do tudo?

tudo tem nada?
ou nada é nada?

ja que muitos
tudo que tem é nada!







quarta-feira, 27 de abril de 2011

a deriva


De a alma comovida segue meu coração desacordado
Naquele barco abandonado ao intranquilo acaso...
E a nuvens doces, seguem juntas as margens esquecidas,
ao passo que as águas desenham agora um lago raso.

São uns gestos inocentes esses que desprendo...
Deito-me na solidão, deixo dizerem aquilo que nem sou, ou passei a ser?
Ouço sempre, já não mais me importa. Não intendo.

Posso levar qualquer problema, tudo aceito.
Mas, hoje no meu dia austero e triste,
Fiquei na companhia do meu pior defeito,
e sigo a navegar nesse barco que nem existe.

Tenho semelhança com coisas esquecidas,
e, já não me assusto em seguir viagem...
São assim minhas horas mal vividas,
pois, acostumei-me com a solidão da paisagem.

Pensei ter quem me guiaria nesse calmo tormento,
e junto a mim, enfrentaria o que sempre enfrento.
mas, num barco abandonado, vi que ninguém quer estar dentro.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

através



foi então que senti...
senti aquela estranha sensação,
sensação de ser engolida e levada
levada ao mais fundo que pude.

luz ali já desenhava linhas,
linhas no mais profundo de mim

e mesmo neste lugar haviam cores
cores de um tom escuro,
escuro como o que me rodeava aquele estranho momento,
momento que queria me esconder, me envolver.

fazia dele, meu ser
ser que permitiu através dele, estar em mim...

tomada por uma sensação que já não sabia nomear
nomear o que reprimia
reprimia a vontade de encher os pulmões e gritar
gritar tão alto que se tornava silêncio

desta forma podia ver, o quão fundo estava
mas ainda sim, estar...

me via,
via que novamente estava naquele local
local que de tão fundo me confortava
confortava por não permitir

assim lá não.
não ver com os olhos, não escutar com ouvidos e nem sentir com a pele...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

casa com janela que olhava para dentro

era feita com muito esmero
talvez na ruas dos bobos,
numero zero?

tive por lá
que fechar as janelas...
pois o vento, ventava.

eis que as portas
se dão o direi to de bater...
pois o vento, ventava.

de tanto
o vento, ventar...
janelas e portas fechar.

ficou sem teto,
ficou sem nada?
nem vento agora vai passar.

ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha o chão
era feita para quem tem asa.



onde

já que metade ...
pode ser muita coisa,
metade pode ser
inteiro de quem é meio.

enxergar muito
não tem sentido.
ser cego faz...
enxergar mais.

ter pele
que não arrepia.
ter pele
para viver na carne.

fiz suco
só da polpa do vazio,
deixou o copo sujo....
que agora cheio de restos.

quarta-feira, 9 de março de 2011